Considerado
o caviar do mundo marinho, a flor de sal é um dos tesouros da gastronomia
francesa. Com grãos irregulares, textura crocante e sabor delicado, ele é um
condimento especial para finalizar pratos, principalmente saladas.
Estive
recente num dos maiores produtores de flor de sal da Europa que é a cidade de Aveiro,
na região centro de Portugal e exatamente no verão, que é quando é colhido, sim
colhido porque na grande maioria é retirado manualmente, acreditem. Os cristais do sal parecem flocos, incrível.
A colheita
de sal na região de Aveiro remonta a tempos ancestrais, é anterior ao
estabelecimento de Portugal enquanto estado-nação.
A Flor de
Sal D'Aveiro é totalmente natural, colhida manualmente nas marinhas da
"Grã Caravela™". Podemos garantir que à Flor de Sal D'Aveiro, nada é
acrescentado e nada é retirado após a colheita.
Também
produzido em Castro Marim na região do Algarve, aonde é conhecido como o “ouro
Branco”, trouxe um para experimentar e realmente é fantástico.
A sua
natureza intacta, a pureza das águas do Oceano Atlântico e a colheita cuidadosa
à mão, são os fatores chave na obtenção de um sal branco sem lavagem.
A Flor de
sal é um tipo de sal coletado na camada superior das salinas, antes que se
depositem no fundo e formem o nosso conhecido sal marinho.
Saibam por
que é um dos tipos mais caros de sal encontrados no mercado gastronômico, para
cada 80 quilos de sal marinho produzido somente 1 quilo de Flor de Sal é
extraído. Pode ser encontrado
aromatizado com diversos tipos de ervas.
A sua
formação depende das condições atmosféricas, a temperatura e a radiação solar
têm de ser elevadas e o vento deve ser suave. Verificando-se estas 3 condições,
os minúsculos cristais de sal começam a formar-se à superfície dos cristalizadores.
Estes cristais são delgadíssimas palhetas que se desagregam por pressão, que se
juntam com o vento, formando uma película branca e brilhante.
A época da
produção de sal começa normalmente em Março, com a preparação dos
"tanques" de evaporação, começando a colheita desde o final da
Primavera até finais de Setembro, quando ocorrem as primeiras chuvas. É nesta
altura que se cobrem os "montes" de sal, criados durante o longo
período de colheita, para que não se dissolvam com a água doce da chuva (o sal
não é solúvel em água salgada).
A
utilização da Flor de Sal nas receitas é bem diferente do uso do sal marinho.
Ele não deve ser utilizado durante a receita, tampouco ser levado ao fogo, deve
ser acrescentado na finalização dos pratos justamente para não perder sua
textura crocante. O sabor da Flor de Sal é bem mais concentrado, mas tem um
sabor delicado e ligeiramente doce, ideal para temperar carpaccios e saladas.
Mas não fiquem
tristes! Temos excelentes produtores nacionais de Flor de Sal no país (o mais
famoso é a Cimsal, da região de Mossoró, no Rio Grande do Norte), e seus
produtos são facilmente encontrados em delicatessen e mercados especializados.
Achei este
artigo interessante dos diferentes tipos de sal encontrados no mundo, alguns
inacessíveis para nós brasileiros, muito difíceis de encontrar. Vejam abaixo a
diferença entre cada um.
FLOR DE SAL
São os
pequenos cristais retirados na camada mais superficial das salinas.
Translúcidos, os grãos são conhecidos por conferir uma textura crocante às
preparações. Essa variedade contém muito sódio, mas também carrega magnésio,
iodo e potássio. Há vários tipos de flor de sal, sendo que o mais famoso é o da
região de Guèrande, localizada no norte da França, seguido dos da região do
Algarve em Portugal.
Em 1g de
Flor de Sal há 450mg de sódio.
É
considerado “ouro branco” da cozinha. Sua produção exige muito cuidado, já que
se trata de um processo artesanal, originalmente desenvolvido no sudoeste da
França, em Guérande.
O sabor da
flor de sal é diferente, especialmente pelo seu formato. Os cristais diminuem a
velocidade de dissolução, tornando sua percepção no paladar mais rápida que a
do sal grosso, porém mais lenta que a do sal refinado. Diferente do que se faz
com outros tipos de sal, a flor deve ser acrescentada na finalização dos
pratos, para que não se perca a sua textura crocante. Pode ser usado em
saladas, carnes e para os mais entusiasmados, até em doces e sobremesas.
REFINADO
Chamado
popularmente de “sal de cozinha”, ele é extraído da água do mar por meio de um
processo de evaporação e, depois, refinado. Formado por cloreto de sódio
(mistura de cloro e sódio), ele é muito usado no dia a dia como condimento,
realçando o sabor dos alimentos, e também como conservante.
De acordo
com a legislação brasileira, é obrigatório incluir iodo ao sal. A medida tem
como objetivo evitar que a população apresente deficiência desse mineral,
responsável por prevenir problemas como bócio e cáries. Em 1g há 400mg de
sódio.
GROSSO
Trata-se do
produto bruto da cristalização da salmoura concentrada vinda da água do mar. Ao
contrário do sal comum, ele só passa pelo processo de extração, ou seja, não é
refinado. Por isso, seus grãos são grandes e disformes. Ele pode ser moído ou
utilizado em cristais mesmo (neste caso, é muito requisitado para temperar
carnes para churrasco). Só é preciso tomar cuidado para não deixar a preparação
muito salgada! Vale dizer que a composição química do sal grosso é a mesma do
sal comum. Em 1g de sal grosso há 400mg de sódio.
ROSA DO
HIMALAIA
Está localizada
aos pés do Himalaia, região que há milhões de anos foi banhada pelo mar.
Considerado o mais antigo e puro dos sais marinhos, fica depositado a centenas
de metros de profundidade. Tem quase metade de sódio encontrado no sal comum e
é muito rico em minerais (são mais de 80), tais como cálcio, magnésio,
potássio, cobre e ferro. Por causa desses compostos, os cristais ganham um tom
rosado e um sabor com toque metálico agradável e suave. Pode ser empregado em
carnes, aves e peixes, além de saladas e legumes. Também cai muito bem na
finalização e decoração de alguns pratos. Em 1g de sal Rosa do Himalaia há
230mg de sódio.
NEGRO
Trata-se de
um sal não refinado procedente da Índia. Por conta de compostos de enxofre
presentes em sua composição tem um forte sabor sulfuroso. Outra coisa que chama
a atenção é a cor cinza rosada, que evidencia sua origem vulcânica.
Além de
compostos sulfurosos, o sal negro é formado por cloreto de sódio, cloreto de
potássio e ferro. Pode temperar receitas com carne, aves e peixes e também ser
utilizado na finalização de pratos. Em 1g de sal negro há 380mg de sódio.
HAVAIANO
Essa
variedade de sal não é refinada e tem uma coloração avermelhada por causa da
presença de uma argila havaiana chamada Alaea, rica em dióxido de ferro. De
sabor suave, pode ser acrescentada a várias receitas, como saladas, massas,
grelhados e aves. Tem quase a mesma quantidade de sódio encontrada no sal
comum. Portanto, nada de mão pesada no saleiro!
Em 1g de
sal Havaiano há 390mg de sódio.
MARINHO
Comparando
quimicamente, o sal refinado e o marinho (também chamado de sal Azul) são
iguais, ou seja, ambos são formados por mais de 99% de sódio. A principal
diferença entre eles está no formato dos grãos: enquanto o primeiro é refinado
para passar pelo buraco do saleiro facilmente, o segundo passa por um
refinamento mais rústico, resultando em grãos irregulares (não tanto quanto os
do sal grosso). Essa particularidade faz com que o sal marinho gere uma
“explosão de sabor salgado” na língua.
Assim como
o sal de mesa, ele pode temperar carnes, aves, peixes, verduras e legumes,
realçando o sabor desses alimentos. Como a quantidade de sódio é alta, deve ser
usado com muita moderação.
Em 1g de
sal marinho há 420mg de sódio.
DEFUMADO
Existem
diversos tipos de sais defumados. O francês, por exemplo, é produzido com
cristais de flor de sal. Os sais são defumados lentamente, em fumaça fria
resultante da queima de ripas de barris de carvalho usados no envelhecimento de
vinho Chardonnay. Já o dinamarquês é feito segundo a tradição Viking. Isto é:
após a evaporação da água do mar, o sal é seco em recipiente aberto sobre
fogueira fumacenta feita com galhos de madeiras aromáticas, como carvalho e
cerejeira.
Há ainda
sais defumados de outros países, produzidos por defumação comum em fumeiros com
madeiras. É possível também adicionar aromatizantes artificiais de fumaça e
corantes de caramelo a cristais comuns de sal refinado ou grosso. No entanto, o
sabor não fica tão delicado como o dos sais defumados de forma natural. Pode ser
utilizado com carnes, peixes, saladas e também em coquetéis como o Bloody Mary.
Em 1g de sal defumado há 395mg de sódio.
ROSA DO
PERU
Tem como
origem um oceano muito antigo que secou e ficou preso nos subterrâneos das
montanhas no Vale Sagrado dos Incas. É colhido manualmente, tem um índice de
umidade elevado, sua coloração é rosa clara e o sabor, forte. Quando comparado
aos outros tipos de sal, é o que apresenta um dos menores teores de sódio.
Utilizado em um prato típico do Peru, o ceviche, também pode temperar aves,
peixes, entre outras receitas. Em 1g de sal Rosa do Peru há 250mg de sódio.
Fontes: Daiana de Souza e Signorá Konrad, professoras
do curso de Engenharia de Alimentos da Unisinos (São Leopoldo, RS); Mariana
Ávila Maronna, coordenadora de gastronomia do Centro Universitário Senac (Águas
de São Pedro, SP); Rachel Zoccarato, nutricionista da clínica Andrezza Botelho
Nutrição Inteligente (São Paulo, SP) e Camila Torreglosa, nutricionista do
Setor de Promoção à Saúde do HCor-Hospital do Coração (São Paulo, SP).
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